CESVI Brasil - Centro de Experimentação e Segurança Viária

A velocidade dos avanços tecnológicos na área automotiva tem obrigado os empreendedores do setor de reparação a efetuar mudanças em seus processos e na dinâmica de seus negócios cada vez mais frequentemente, seja por conta de novas tecnologias e materiais embarcados nos novos veículos, seja por causa dos clientes, sempre mais exigentes. Uma transformação que envolve investimento tecnológico e mão de obra qualificada. 

E a sua oficina? Tem acompanhado o ritmo dessas transformações? Está adaptada para o que o cliente espera dela?

Para ajudar na sua resposta, vamos apresentar agora como deveria ser uma oficina moderna. E não estamos falando aqui de algo futurista, de um conceito distante... E sim do presente: a oficina ideal para 2021. 

Para essa abordagem, trataremos de quatro pilares: processos, infraestrutura, capacitação e tecnologia. 

No que diz respeito à reparação automotiva, o consumidor final está cada vez mais interessado em soluções que tenham um impacto menor em seu dia a dia. Afinal, toda vez que ele precisa deixar seu carro por um ou dois dias em uma oficina, sua rotina fica atrapalhada, principalmente quando se trata do único veículo da família. Por isso, o CESVI entende que as oficinas que conseguirem dar velocidade a pequenos reparos tendem a ganhar espaço no mercado. Mas como?

A seguir, destacamos algumas técnicas nesse sentido.

Mais conhecida como martelinho de ouro, essa técnica rápida, simples e eficiente pode ser aplicada desde que o dano não tenha afetado a camada de pintura, ou seja, quando não for necessário fazer os processos de repintura. A técnica abrange ferramentais específicos, como alavancas e ponteiras para cada tipo de dano. Geralmente o RSP é aplicado quando se tem apenas ondulações na lataria do veículo (mossas). E existe também a técnica de utilizar adesivos e ponteiras específicas pelo lado externo que, depois de colados, são tracionados para que se possa reparar o dano. A oficina que oferece essa alternativa de serviço consegue proporcionar ao seu cliente um trabalho mais rápido – algo cada vez mais valorizado pelo proprietário de um veículo. 

E aqui vale um comentário: a reparação sem pintura é uma técnica difundida há muitos anos no mercado, mas um grande número de oficinas ainda terceiriza essa atividade, deixando de agregar valor e rentabilizar o seu negócio. 

Olha a questão da rapidez aí de novo: a intenção com esse trabalho é entregar o veículo num prazo de até quatro horas. 

A diferença da técnica de reparo rápido em comparação com a reparação convencional diz respeito à composição dos produtos utilizados na repintura. Todo o processo se baseia em secagens rápidas, tendo início com uma massa de cura rápida que agiliza a etapa de lixamento, seguido da aplicação de um primer de secagem rápida e, posteriormente, a aplicação da base e o verniz – também com cura rápida. 

Geralmente, essa aceleração da cura é obtida com o uso de lâmpadas infravermelhas.

E que tal prometer a devolução do veículo em uma hora? É possível. O reparo ultrarrápido conta com tecnologia de cura com lâmpadas UV (ultravioleta). Essa técnica pode ser usada para a linha de massa, primer e verniz. Em menos de 2 minutos já é possível fazer o lixamento da massa ou do primer, agilizando muito o processo de reparo.

O reparo rápido e ultrarrápido ainda está em fase de expansão de tecnologia e conhecimento, mas muitas oficinas já estão se modernizando e aplicando esses processos no dia a dia. Em ambos os processos, é necessário considerar um investimento em equipamentos, capacitação e insumos de alta tecnologia.

Um ponto importante no processo de reparo rápido é a correta avaliação do dano por parte do profissional da oficina. Se o dano for muito extenso, não é o caso de usar esse tipo de técnica. Muitas vezes, ela envolve insumos de alta tecnologia, empregados na cura rápida, que não devem ser utilizados em danos grandes. Fazer isso é comprometer a rentabilidade do serviço.

Outro exemplo de novidade que vem se destacando são as reparações em peças plásticas com novos produtos e equipamentos, otimizando a qualidade do trabalho e o alcance da originalidade das peças plásticas danificadas – e isso em tempos muitos rápidos. 

Um exemplo é o aplicador de grampo, que proporciona o alinhamento e o fortalecimento da estrutura das peças que sofreram rupturas. Produtos de aderência e preenchimento bicomponentes são utilizados na união e fechamentos de buraco. 

Quanto aos acabamentos em peças plásticas, hoje existem produtos capazes de realizar texturas como batida de pedra. 

Oficinas mais antenadas já oferecem serviços rápidos por meio de carro delivery. O cliente não precisa mais sair de casa ou da sua empresa, o serviço é aplicado in loco. Geralmente isso é possível quando o trabalho apenas demanda técnicas que não requerem a desmontagem da peça, proporcionando agilidade e comodidade ao atendimento.

Confira os equipamentos e insumos de uma oficina padrão 2021.

Para alinhamentos rápidos de carrocerias, permitindo que as cotas de aferições sejam colocadas conforme a recomendação dos fabricantes.

Já existem produtos fabricados no Brasil mesmo para essas técnicas de alta rapidez. São equipamentos como torre de estiramento rápido, alicate para repuxadeira, aplicador de arruelas, alinhador de vincos, entre outros.

Tecnologias de secagem com luz UV fazem a diferença na rapidez dos processos. Vale lembrar que os insumos para esse tipo de reparo têm custo maior que o dos produtos tradicionais. Por isso, é vital ter controle do processo e capacitação do profissional envolvido, para saber quando realmente é o caso de usar a técnica. 

As oficinas de reparação automotiva devem se preparar para trabalhar com aços de alta resistência. A maioria das peças com esse tipo de aço não deve ser reparada, mas sim substituída e soldada ao carro com ferramentas especiais.

O uso de equipamentos específicos para reparação de alumínio já é uma realidade em algumas oficinas, principalmente em concessionárias de marcas premium. São máquinas de soldagem específicas, arames próprios para alumínio, reparadeira para alumínio, ferramentas para aplicação de arrebites utilizados como reforço estrutural – substituindo pontos de solda –, pistolas de aplicação de adesivo para união de peças e lâminas. 

- Mais compactas em infraestrutura, utilizando espaços de forma mais eficiente. 

- Reduzem os tempos operacionais.

- Têm processos ambientalmente corretos.

- Minimizam os investimentos com equipamentos. 

Com novos materiais e produtos de alta tecnologia nos carros, a capacitação dos profissionais que realizam a reparação é cada vez mais indispensável para manter a qualidade do reparo.

A manipulação correta dos insumos é vital para a rentabilidade dos reparadores. Saber quais ferramentas adquirir ou até mesmo utilizar em cada situação também é essencial para manter a qualidade e a agilidade no reparo.

Novas tecnologias na prevenção de acidentes e até mesmo na segurança dos ocupantes estão cada vez mais presentes nos veículos. Isso implica o conhecimento de como reparar, calibrar e até mesmo entender procedimentos de desativação (imagine um airbag explodindo na cara de um profissional durante um reparo).

Reparar veículos com airbag de motorista e ABS já é uma realidade. Mas veículos top de linha começam a levar às oficinas recursos sofisticados – e muitas vezes desconhecidos do reparador – como airbags de cortina, Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP), sistema de controle de tração (TCS)... O ADAS – sigla em inglês para “sistemas avançados de assistência ao condutor” – é composto por diversos sensores, câmeras, radares e até mesmo laser, que podem ser danificados na colisão de um veículo. É fundamental que o reparador tenha conhecimento para identificação desses dispositivos, que, mesmo após a substituição, precisam passar por um processo de calibração muitas vezes estático e dinâmico. Uma reparação malfeita ou a falta de calibração podem até provocar uma nova colisão.

As linhas de produtos de reparação que proporcionam redução no tempo de reparo são uma tendência. Um dos destaques são as pistolas de aplicação de produtos de acabamento, que reproduzem a textura original da calafetação, vedação, proteções entre outras aplicações, fazendo toda a diferença quando o assunto é qualidade. 

As novas carrocerias têm características e técnicas de confecção diferenciadas na união de chapas, em suas partes estruturais e não estruturais. Rebites e adesivos estruturais são bem-vindos.

Dentro de uma oficina, não há mais espaço para a prancheta na hora da realização do orçamento. O controle dos processos padronizados para comunicação com seguradoras e até mesmo com o cliente final é fundamental para o crescimento ordenado de uma oficina.

Existem sistemas no mercado que fazem esse processo de orçamentação de forma simples e rápida, dando maior agilidade ao processo, aumentando a gestão operacional e, principalmente, oferecendo maior transparência para o cliente final. 

Esse controle não pode mais ser feito no caderno. A velocidade das informações e a complexidade de gestão de qualquer tipo de negócio requerem apoio da tecnologia. Até porque a informação não está somente na cabeça do dono. A tecnologia na gestão gera dados fidedignos sobre o dia a dia, trazendo indicadores consistentes para a tomada de decisão – “o que pode ser medido, pode ser melhorado”. 

No mercado há muitos softwares, dos mais variados modelos e faixas de preços, que possibilitam à oficina fazer sua gestão financeira, controlando entradas, saídas e fluxo de caixa, além da gestão operacional, que ajuda muito no controle da produtividade e do estoque. 

O cliente atual exige agilidade no atendimento; isto é, ele quer ser atendido na hora e, principalmente, quer ser retroalimentado de informação. Ninguém tem mais tempo para ficar ligando a cada hora na oficina para saber se seu veículo está pronto ou não. Hoje, já existem ferramentas que melhoram essa comunicação com o cliente. 

Já imaginou esse cliente digitar a placa de seu veículo em um aplicativo de troca de mensagens e o próprio sistema informar o status da reparação? Isso já é possível, mas envolve investimento financeiro. Porém, o mesmo processo pode ser feito de forma manual, pela oficina, com custo operacional baixíssimo. A comunicação eficiente é um grande diferencial da oficina do futuro.

O mundo está repensando todo o mecanismo do nosso sistema financeiro, empresas disruptivas estão propondo novas formas de lidarmos como dinheiro, e neste mesmo momento ainda temos empresas que estão trabalhando com cheque. 

A oficina conectada com o futuro precisa pensar em novas formas de pagamento para seus clientes. A pergunta “crédito ou débito?” tende a acabar. Alternativas como boleto bancário, carteiras digitais, troca de pontos ou milhas, intermediadores de pagamentos... são modelos cada vez mais difundidos, principalmente entre as gerações X, Y e Z.

No final dos anos 90 e início dos anos 2000, a empresa conectada com o mundo tinha um bom site disponível na rede. E só. Mas esse cenário mudou. Não que o site seja dispensável hoje em dia, mas o principal canal de interação dos clientes com a sua empresa está nas mídias sociais, como Facebook e Instagram. 

O Facebook, por exemplo, é usado por 55% da população brasileira, e 90% dessas pessoas acessam o aplicativo via smartphone. Por isso, a oficina 2021 precisa estar conectada com esse perfil de usuário. E também ter cuidado: é um público que curte, escreve o que pensa e compartilha, podendo ser um aliado ou não do seu negócio. A qualidade da entrega da oficina é o que fará o seu sucesso ou fracasso nas redes sociais.

Segundo o bom empreendedor, “os olhos do dono é que engordam o gado”. Essa frase continua muito atual, mas se antes o empreendedor passava boa parte do seu dia circulando na operação, olhando para todo o processo, hoje em dia isso já não faz muito sentido. Atualmente, existem mecanismos que possibilitam acompanhar o dia a dia da oficina a partir de qualquer ponto do globo terrestre. Isso facilita a vida do gestor, porque ele consegue identificar à distância a produtividade e a eficiência da sua equipe, e atuar de forma precisa nos pontos observados.

- Prospectar serviços rápidos de funilaria e pintura, que podem ser de dois dias a apenas uma hora para a entrega do carro.

- Atender o cliente sem tempo.

- Atender clientes específicos, como frotistas e redes de concessionárias. 

- Vendas de serviços de acordo com a necessidade do cliente