CESVI Brasil - Centro de Experimentação e Segurança Viária

Pela redução da emissão de poluentes

Artigo sobre a importância do selo sustentável para carros.

20/07/2016
Por Flávia Pini*

O consumidor brasileiro já adquiriu o hábito de olhar o selo de economia energética antes de comprar produtos eletrônicos e eletrodomésticos. Agora, é necessário realizar esta mesma consulta antes de trocar de carro. 

Desde 2016 os veículos produzidos no país devem sair de fábrica com uma certificação do Inmetro que comprove a eficiência do automóvel. Ou seja, os veículos serão categorizados de acordo com a quantidade de poluentes que eles soltam na atmosfera durante a queima de combustível. O objetivo da medida é reduzir a emissão de dióxido de carbono e garantir um ar mais saudável para as próximas gerações.

A etiquetagem e o ranqueamento dos veículos seguem o modelo adotado para os eletrodomésticos, com a distribuição dos automóveis entre as categorias A, com os mais eficientes e limpos, e E, que incluem os maiores poluidores. Esta divisão já era adotada anteriormente, mas apenas cinco montadoras participavam do programa – o que reduzia a abrangência da medida.

Nas últimas três décadas, o Brasil conseguiu reduzir a emissão de poluentes dos carros fabricados no país. Desde 1986, quando surgiu o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), a emissão de monóxido de carbono caiu de 28,7 gramas por quilômetro rodado para menos de 0,25 gramas. Contudo, a grande quantidade de carros, motos, caminhões e ônibus ainda faz com que sejam os maiores vilões da poluição do ar: pesquisa do Laboratório de Física, da USP, mostra que veículos automotores são responsáveis por 63% da poluição na cidade atmosférica na cidade de São Paulo.

Portanto, é mais do que justificável a adoção desta medida em larga escala no país. O consumo de CO2 do Brasil está intimamente ligado à queima de combustível dos automóveis. Assim, é preciso estimular a adoção de tecnologias e ferramentas que possibilitam deixar os carros mais limpos. É uma mudança de atitude que deve partir do próprio motorista: ao clamar por veículos ecologicamente corretos, incentiva as montadoras a investirem em pesquisa e desenvolvimento na busca por soluções que não devastem ainda mais o futuro do planeta.

Enquanto o mundo corre contra o tempo para colocar em prática um novo acordo global que consiga neutralizar os impactos do aquecimento global, a população também precisa fazer sua parte para que esta meta seja alcançada. E isso passa pela necessidade de rever seus meios de locomoção, adotando veículos que também cuidam da natureza.

*Flávia Pini é diretora de marketing da GreenClick.
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