Dados da Polícia Militar e do Detran confirmam a sensação de que há pouca fiscalização da Lei Seca. Em 2016, em São Paulo, foram feitas 147 mil abordagens a motoristas para verificação de embriaguez.
Esse número pode parecer grande, mas, para uma cidade com 8,5 milhões de veículos, seria como dizer que, em 2016, o motorista de São Paulo teve a probabilidade de ser abordado por uma blitz a cada 58 carros. Considerando todo o Estado, foram 619 mil abordagens –proporção de um veículo parado a cada 46.
Já no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a relação foi de um em 22 veículos no ano passado. Na capital fluminense, esse índice vai para um a cada 11 – quase cinco vezes melhor do que a cidade de São Paulo.
Segundo o diretor do centro de pesquisa em álcool e drogas do Hospital das Clínicas da Federal do RS, Flávio Pechansky, a função da blitz não é apenas identificar o motorista alcoolizado e retirá-lo das ruas. "Também é dar um sinal claro à sociedade de que essa conduta não é tolerada e, com isso, mudar o comportamento dos motoristas."
O médico cita pesquisas segundo as quais a fiscalização constante de motoristas reduziu em 23% os acidentes nos EUA e em 26% na Austrália.