Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro prever o uso da buzina apenas com um toque breve e como sinal de advertência, para evitar acidentes, o alerta sonoro acaba sendo utilizado no dia a dia da cidade para outras finalidades e, de certa forma, reflete um pouco do estado de espírito do paulistano.
"O mundo urbano, o mundo da grande cidade, é o mundo da impessoalidade, onde você não conhece as pessoas. A maneira que o automóvel tem de se comunicar é buzinando. Por isso, as pessoas buzinam", afirma o antropólogo Roberto DaMatta, autor do livro "Fé em Deus e Pé na Tábua – Ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil".
Apesar do uso eventual para expressar sentimentos positivos, a buzina não escapa da imagem negativa. Isso porque, na maioria das vezes, o que está por trás do aviso sonoro é a irritação pela dificuldade de transitar por São Paulo.
"Muitas vezes, a buzina é um fator que colabora com o estresse que o trânsito traz para as pessoas", diz a psicóloga Raquel Almqvist. "Tem pessoas que buzinam para descarregar o estresse e acabam caindo em um círculo vicioso: elas ficam com raiva porque estão atrasadas e usam a buzina, isso gera mais estresse e mais buzinadas."
Confira na íntegra
essa matéria do UOL sobre como a buzina tem tido os mais diferentes usos nas cidades grandes – e quais as restrições do CTB a alguns desses usos.