CESVI Brasil - Centro de Experimentação e Segurança Viária

Buzina reflete pressa, estresse e educação

Deveria ser só um recurso de segurança, mas a buzina tem seu uso cada vez mais distorcido no trânsito.

06/01/2017
Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro prever o uso da buzina apenas com um toque breve e como sinal de advertência, para evitar acidentes, o alerta sonoro acaba sendo utilizado no dia a dia da cidade para outras finalidades e, de certa forma, reflete um pouco do estado de espírito do paulistano.

"O mundo urbano, o mundo da grande cidade, é o mundo da impessoalidade, onde você não conhece as pessoas. A maneira que o automóvel tem de se comunicar é buzinando. Por isso, as pessoas buzinam", afirma o antropólogo Roberto DaMatta, autor do livro "Fé em Deus e Pé na Tábua – Ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil".

Apesar do uso eventual para expressar sentimentos positivos, a buzina não escapa da imagem negativa. Isso porque, na maioria das vezes, o que está por trás do aviso sonoro é a irritação pela dificuldade de transitar por São Paulo.

"Muitas vezes, a buzina é um fator que colabora com o estresse que o trânsito traz para as pessoas", diz a psicóloga Raquel Almqvist. "Tem pessoas que buzinam para descarregar o estresse e acabam caindo em um círculo vicioso: elas ficam com raiva porque estão atrasadas e usam a buzina, isso gera mais estresse e mais buzinadas."

Confira na íntegra essa matéria do UOL sobre como a buzina tem tido os mais diferentes usos nas cidades grandes – e quais as restrições do CTB a alguns desses usos.

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