CESVI Brasil - Centro de Experimentação e Segurança Viária

Doença na córnea aumenta riscos no trânsito, diz pesquisa

Pesquisa aponta que 1 em cada 5 jovens com ceratocone tem dificuldade para dirigir.

17/08/2017
Relatório do seguro obrigatório DPVAT que indeniza quem sofre acidente de trânsito mostra que das 192.187 vítimas nos seis primeiros meses deste ano, 49% ou 94.167 eram jovens de 19 a 34 anos, sendo que neste grupo 58% eram motoristas. 

Pesquisa realizada pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), mostra que  o ceratocone, doença ocular que altera a curvatura da córnea e geralmente aparece na adolescência é um dos fatores que mais contribui com o alto índice de acidentes de transito com jovens.  Só para se ter uma ideia, 1 em cada 5 dos 315 participantes no levantamento afirmaram que o ceratocone dificulta a direção, 1 em cada 8 não consegue dirigir à noite e o mesmo índice não consegue dirigir. 

O médico explica que isso acontece porque a alteração na curvatura da córnea torna os reflexos mais lentos por desfocar as imagens tanto para longe como para perto, dificulta a leitura das placas de sinalização, aumenta, a fadiga visual, a aversão à luz, o ofuscamento pelos faróis contra e a visão de halos noturnos.

O ceratocone, ressalta, atinge 100 mil brasileiros e responde por 7 em cada 10 transplantes de córnea no país. Trata-se, portanto, de um grave problema de saúde pública, uma vez que a visão responde por 80% de nossa integração com o meio ambiente. 

“No início da doença os óculos oferecem boa correção visual, mas a pesquisa mostra que 61% dos participantes só conseguem enxergar bem com lente de contato.  As rígidas são usadas por 74% deste grupo porque aplanam a córnea e proporcionam melhor correção visual”, afirma.
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